quarta-feira, 14 de março de 2012

Primeiro Ato


Imagem retirada da internet




          Confesso que estava bastante ansiosa para o inicio das aulas, eu receava me decepcionar logo no primeiro dia, pois imaginava encontrar cadeiras enfileiradas e longas horas de teoria sobre o teatro. No entanto para a minha surpresa e satisfação a professora Wlad Lima encarregada da disciplina “trajetória do ser” mostrou o quanto dinâmica serão nossas aulas. Começamos sem grande formalidade, sentamo-nos criando um enorme círculo no chão da sala para ouvir as primeiras instruções.  De imediato a professora pediu que colocássemos a nossa frente tudo o que achávamos desnecessário para aquele momento, algumas pessoas se prenderam entre colares como se tesouros fossem e outras ousaram tirar uma peça de roupa. Então pude compreender o quanto somos apegados a objetos e valores, mas a mudança desse modelo esculpido em nós será gradativa.
          O segundo exercício consistia em escolher alguém da roda e conduzi-la a qualquer parte daquele espaço para conversar sobre a árvore genealógica de ambos. Essa troca de informações fez com que Brenda, minha parceira, e eu relembrássemos as nossas histórias familiares em mínimos detalhes. Continuamos o exercício individualmente, um de cada vez tomava a frente para contar um pouco da própria história através da árvore genealógica, também era preciso falar sobre um lugar onde tivéssemos vivido e fosse muito importante para nós. Tudo deveria ser discorrido conciso e rapidamente a fim de exercitar e preparar nossas mentes para o que virá. Na próxima semana teremos que levar a nossa árvore estampada em um lençol branco, fiquei empolgada com essa proposta, pois será uma excelente oportunidade para desenvolver o meu lado artista plástica.
          Neste dia carreguei até chegar em casa a energia que foi provocada por mim e por todos os outros, senti o quanto somos parecidos e diferentes ao mesmo tempo. Somos extensões de vários fragmentos, o espelho do outro, a sombra de cada objeto, mas é preciso se permitir. O teatro é a forma mais bonita de se despir e eu não consigo viver longe disso, sinto ter nascido somente para vivê-lo.

2 comentários:

  1. Muito bom seu texto Elise, e acho que descreveu muito bem sobre o que todo nós sentimos no primeiro dia, e amei esse ultimo trecho."O teatro é a forma mais bonita de se despir e eu não consigo viver longe disso, sinto ter nascido somente para vivê-lo."
    Beijos =)

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