quarta-feira, 28 de março de 2012

A arte de viver

Arte & cultura, Marcos Andruchak.



          Os seminários começaram a ser apresentados nessa semana, as duplas Caled e Melk escolheram o poema One art da americana Elizabeth Bishop para defenderem. O tema perda é discorrido de maneira leve pela escritora e leva-nos a compreender que “A arte de perder não é nenhum mistério” é natural e engradece a nossa existência. Em seguida Rogério e Marcelo apresentaram o texto internato de Lya Luft que fala sobre a difícil relação entre pai e filha; nunca me identificara com o trabalho de Luft, porém naquele momento as palavras da escritora despertaram em mim sentimentos há muito adormecidos.  Eles mostraram também A coluna partida pintura de Frida Kahlo que como o poema de Bishop, narrava uma parte da sua história de vida.
          O momento de usarmos os lençóis finalmente havia chegado, todos escutaram atentamente as indicações, o jogo proposto pela professora Wlad consistia em dar ao tecido uma nova utilidade. Um de cada vez adentrava a roda e usava da imaginação e criatividade para executar algo diante da turma, alguns arrancaram gargalhadas enquanto outros se mostraram bastante tímidos.  O segundo jogo, em duplas, seguia o modelo do primeiro com o diferencial de dar seguimento ao movimento do parceiro usando o próprio lençol; Brenda não foi para aula e Marcelo estava sozinho, por isso nos juntamos para fazer o exercício. Tivemos trinta minutos para improvisarmos; pensávamos alguns segundos e em outros momentos fazíamos o que viesse a cabeça, mas sempre em constante movimento. Aos poucos vamos encontrando fórmulas valiosíssimas que nos guiarão ao longo de nosso processo, em dois anos de caminhada descobri que esquecer a lógica, respirar, manter o equilíbrio mental e corporal são algumas delas.

quinta-feira, 22 de março de 2012

A árvore da vida




          Observar as pessoas é um ótimo exercício, pois o discurso e/ou o comportamento do outro muitas vezes reflete a nossa imagem, com em um espelho, levando-nos a diversas reflexões. Nessa semana iniciamos a aula com as apresentações que faltavam, aqueles que já o tinham feito deveriam sentar e observar os demais, porém havia um importante diferencial: O lençol que por meio de colagens, pinturas ou desenhos revelava a árvore genealógica de cada um. Acredito ter sido bem mais interessante contar a própria história através de uma figura concretizada, pois fazia narração ocorrer de forma linear, organizando informações, nomes, acontecimentos e detalhes .
          Todos foram bastante criativos e produziram árvores diferenciadas, embora o meu trabalho não tenha sido tão original me senti realizada por todo o meu esforço e superação na construção do mesmo. Tenho curiosidade acerca do que faremos com esse material - Talvez uma cena - algo me diz que será surpreendente. Minha rotina tem sido intensa, ás terças e quintas acontecem minhas aulas de ballet clássico, em três dias na semana ocorrem os ensaios do perifeéricos (grupo de teatro de rua do qual eu faço parte) e a graduação de segunda a sexta. Tenho adquirido experiências valiosíssimas a cada dia, posso sentir a mudança na minha respiração, voz, corpo, mente e alma. 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Primeiro Ato


Imagem retirada da internet




          Confesso que estava bastante ansiosa para o inicio das aulas, eu receava me decepcionar logo no primeiro dia, pois imaginava encontrar cadeiras enfileiradas e longas horas de teoria sobre o teatro. No entanto para a minha surpresa e satisfação a professora Wlad Lima encarregada da disciplina “trajetória do ser” mostrou o quanto dinâmica serão nossas aulas. Começamos sem grande formalidade, sentamo-nos criando um enorme círculo no chão da sala para ouvir as primeiras instruções.  De imediato a professora pediu que colocássemos a nossa frente tudo o que achávamos desnecessário para aquele momento, algumas pessoas se prenderam entre colares como se tesouros fossem e outras ousaram tirar uma peça de roupa. Então pude compreender o quanto somos apegados a objetos e valores, mas a mudança desse modelo esculpido em nós será gradativa.
          O segundo exercício consistia em escolher alguém da roda e conduzi-la a qualquer parte daquele espaço para conversar sobre a árvore genealógica de ambos. Essa troca de informações fez com que Brenda, minha parceira, e eu relembrássemos as nossas histórias familiares em mínimos detalhes. Continuamos o exercício individualmente, um de cada vez tomava a frente para contar um pouco da própria história através da árvore genealógica, também era preciso falar sobre um lugar onde tivéssemos vivido e fosse muito importante para nós. Tudo deveria ser discorrido conciso e rapidamente a fim de exercitar e preparar nossas mentes para o que virá. Na próxima semana teremos que levar a nossa árvore estampada em um lençol branco, fiquei empolgada com essa proposta, pois será uma excelente oportunidade para desenvolver o meu lado artista plástica.
          Neste dia carreguei até chegar em casa a energia que foi provocada por mim e por todos os outros, senti o quanto somos parecidos e diferentes ao mesmo tempo. Somos extensões de vários fragmentos, o espelho do outro, a sombra de cada objeto, mas é preciso se permitir. O teatro é a forma mais bonita de se despir e eu não consigo viver longe disso, sinto ter nascido somente para vivê-lo.